Aos irmãos do Brasil:
Após ter passado o susto no momento da chegada no país de Moçambique, logo trabalhei o psicológico para me adaptar imediatamente às condições locais, pois o tempo é muito curto e não podia perder um só dia com as tensões que normalmente vem sobre um missionário (pelo choque cultural, pela saudade de minha terra, e principalmente por estar sem minha esposa), logo procurei me adaptar à cultura, seus costumes no culto cristão, sua comida e principalmente com a simplicidade de sua gente.
Comentei com minha esposa esta semana via internet, que me sentia impossibilitado diante de tantas necessidades. Observei que mesmo dedicando toda minha vida apenas no país moçambicano, não conseguiria resolver os problemas, que de fato necessitam dos valores cristãos como ferramentas fundamentais para que haja a mudança necessária neste povo. Porem sempre vou acreditar que “nada é impossível para Deus” e esta é a minha esperança, essa é minha fé, e dela não abro mão. Esta obra já é começada e só será terminada pelo Senhor. Não me importo se a seara é grande, vou fazendo a minha parte. Alguém plantou, nós regamos e Deus dará o crescimento, essa palavra me anima.
Vim para África convicto de minha missão, acreditei que tinha muito para ensinar, porem, embora esteja trabalhando para cumprir o objetivo com o qual fui convidado, me sinto um aluno, pois estou aprendendo muito com esse povo. Estou admirado com a alegria dessa gente, a pesar da miséria, cada culto é uma nova festa. Disse em uma das igrejas que visitei, que estava confuso em relação qual delas apresentaria como modelo de igreja africana ai no Brasil, pois de fato todas demonstram imensa alegria em estar na presença do Senhor.
Contrariando a ideologia de alguns que dizem (em outras palavras) não ser mais inteligente enviar brasileiros para o campo missionário, defendendo a teoria de que o ideal é ganhar um estrangeiro residente no Brasil, treiná-lo e enviá-lo ao seu país de origem, pude constatar conversando com o povo moçambicano que eles ainda necessitam de missionários estrangeiros. Tive a oportunidade de gravar uma conversa de mais de 40 minutos com um irmão moçambicano, que nos serve de ferramenta para melhor ajudarmos na contribuição com o crescimento do Reino de Deus nesse país.
Nesse momento eu lamento o cansaço, pois o dia foi muito corrido e já são quase 2 da manhã. Gostaria de dizer mais, principalmente detalhes do povo moçambicano. Mas espero em Deus ainda ter oportunidade de contar à quem quiser ler e ouvir.
Fotos podem ser vistas no link “Fotos” no menu acima.
Espero que, os que oram, ainda estejam orando por mim, e pela minha esposa que se encontra no Brasil.
Desejo que Deus abençoe todos que lêem ou ouvirem esta carta, com sua graça, sua paz e seu amor.
Em Cristo,
Erick Lopes da Silva