Dentre outros títulos que deram a este vídeo, do Pr. Paschoal Piragine Jr:
[embedyt] http://www.youtube.com/watch?v=ILwU5GhY9MI[/embedyt]
teve um que muito me chamou a atenção: “Não devemos votar em quem é contra a Lei de Deus”.
Antes do que tenho a dizer, quero deixar claro que concordo plenamente com essa afirmação, pois entendo que a “Lei de Deus” é, sem dúvida, a melhor base para qualquer legislação que a humanidade pode adotar, pois, podemos observar que toda ela é feita para o nosso próprio benefício.
Infelizmente, percebo que boa parte das pessoas que me deparo no dia-a-dia, não sabe exatamente o que é (ou quais são as) “Lei(s) de Deus”.
Nesta breve reflexão, irei tentar elucidar a questão.
Antes de falar um pouco sobre essas leis, é necessário entender a respeito de quem estamos falando, pois o relativismo além de desgraçar (em meu ponto de vista) muitos valores da sociedade, tem confundido a mente de muitas pessoas que vem reproduzindo, jargões “religiosos” para explicar “supostos deuses” criados “fantasiosamente” por muitos indivíduos para suprir suas vontades e atitudes pessoais, egoístas e muitas vezes insanas. Essa questão é melhor explicada no texto “Aceitar e viver Deus como Ele É, resulta em uma sociedade melhor“.
Então, quem é o criador dessas leis, de quem estamos falando, quem é Deus? O que posso afirmar sobre esta questão é que, mesmo pesquisando as opiniões dos maiores filósofos e teólogos de todos os tempos, e consequentemente expressando também a minha opinião, todas as nossas respostas seriam infames em relação à verdade de quem Ele É. Nenhum ser humano é capaz de saber quem Ele de fato É, pois está além da nossa imaginação, por mais filosófica que ela seja. A única coisa que temos sobre Deus, é o que Ele nos deu, o que Ele nos permitiu saber.
Sua revelação é narrada historicamente (embora não percebemos apenas uma narrativa histórica) nos escritos hebraicos que formam o Cânon judaico, mais conhecido como Antigo Testamento. Sei que existem questões que confundem muitos leigos (e daí saem às más interpretações e as maledicências em relação os escritos), mas para isso, aconselho uma conversa com um bom teólogo, acredito que o mesmo poderá elucidá-las.
Dentre as questões, devemos nos deter no momento a nossa temática, ou seja, as Leis de Deus. As mesmas vieram numa proposta de libertação feita por Deus ao povo hebreu, que estava sendo oprimido pelo faraó do Egito no século XIII a.C, conforme narra o livro de Êxodo.
Na proposta de libertação, Deus oferece uma vida sem “escravidão, opressão, exploração, dominação nem qualquer outra forma de peso” a aquele povo. Porém, era necessária uma aliança, onde Ele seria o Deus do povo e o povo seria seu, ou seja, uma relação bilateral, onde, para que funcionasse a proposta, o povo também deveriam se adequar a sua vontade, à sua Lei.
O povo aceita a proposta e deixa registrada na história a frase “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR” (Dt 6:4), uma atitude que negava a qualquer outro ‘deus’, como o faraó (que era tido como ‘uma espécie de deus’ na época) em detrimento a Deus, o Criador do universo e de tudo que nele há, o Deus único e verdadeiro.
A partir de então, Deus dá ao povo através de Moisés as Lei, conhecida como Os Dez Mandamentos (Ex 20):
1°) Não terás outros deuses diante de mim
2°) Não farás para ti imagens de escultura; Não ti encurvaras a elas, nem as serviras
3°) Não tomarás o Nome do Senhor teu Deus em vão
4°) Terás um dia, na semana, para descanso e o recolhimento
5°) Honra a teu pai e a tua mãe
6°) Não matarás
7°) Não adulterarás
8°) Não furtaras
9°) Não dirás falso testemunho contra o teu próximo
10°) Não desejaras o que é do teu próximo
Observe acima que os três primeiros Mandamentos são relacionados a Deus, e os demais aos homens (ao ser humano, homem e mulher). Mas, por que? Acredito que exista uma razão: Podemos perceber no observar a sociedade que a maior parte da população tem a predisposição a: ou ter imagens de pessoas (mais conhecidas como ‘santos’), que de fato tomam o espaço não só físico como psicológico da pessoa, espaço este, que poderia estar Deus; ou nas definições/criações de “deus(es)” que se adequam à vida de cada um conforme o texto “Aceitar e viver Deus como Ele É, resulta em uma sociedade melhor“.
Nos próximos mandamentos podemos detectar o interesse de Deus na relação entre os seres humanos:
O quarto mandamento é uma ordem para que descansemos em um dia da semana. Isso é excelente! Aqui, vemos o cuidado individual de Deus com cada um de nós.
Seguidamente, o mandamento aos filhos para honrem ao pai e a mãe. Neste, vemos nele mesmo, à explicação do benefício que essa atitude traz ao indivíduo que o obedecer: “para que se prolonguem os seus dias na terra”. Parando para analisar, entenderemos que independente dessa promessa, o mandamento é honroso e bem visto por todo bom cidadão. Aqui vemos a questão da importância dos pais e a obrigação dos filhos.
Seguidamente vem o mandamento “Não matarás”. A partir deste mandamento, vemos a preocupação com o próximo. É importante observar que até mesmo a ordem dos mandamentos foi definida com um propósito:
- Deus – o primeiro ao terceiro mandamento dedica-se à fidelidade a Deus, pois sem a fidelidade a Deus, não existirá a fidelidade à sua Lei;
- A pessoa (a si próprio) – o quarto mandamento nos mostra a importância do descanso do ser humano, podemos entender que sem o descanso não existe predisposição para a vida;
- Os pais – o quinto mandamento nos mostra o dever de honrarmos aos nossos pais. Sabemos que a desonra aos pais é mau vista por qualquer bom cidadão;
- O próximo – do sexto ao décimo, vemos questões relacionadas às nossas atitudes com o nosso próximo. É fácil entender que se a sociedade praticar esses mandamentos, muitos conflitos deixarão de existir. O “Não adulterar” é uma atitude de respeito tanto (e principalmente) com o cônjuge, quanto com a pessoa que se torna um objeto de uso para se obter prazer, que geralmente é usado e abandonado. Analisando a sociedade, percebemos que o adultério é um dos maiores motivos de separação de casais; consequentemente, a degradação do matrimônio, hoje é normal amancebar-se para “ver se vai dar certo”; este pecado se tornou iniquidade, e essa iniquidade foi constituída lei em nosso país. Entendo que a lei se adequa à realidade da sociedade e infelizmente, a sociedade, em suas atitudes, principalmente em um voto, vem legitimando leis que não deveriam existir. Hoje, o casal de namorados que vivem juntos por determinado tempo, é considerado um casamento, isso há algumas décadas atrás, não existia, mas hoje, infelizmente, foi necessário existir. Logo o que é de fato casamento, deixa de existir, ou se torna na prática, algo arcaico, “coisa do século passado” como dizem muitos. Seguidamente vemos “Não furtar”, “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” e “Não desejarás o que é do teu próximo”, a estes, acredito não ser necessários comentários.
Embora eu tenha feito a divisão acima, absolutamente todos os mandamentos são para benefício do indivíduo, que resultará numa harmonia coletiva, pois todos proporcionam a humanidade uma vida de amor, justiça e paz.
Percebamos que ao contrario do que dizem alguns leigos, embora os Dez Mandamentos exista a milhares de anos, ele continua aplicável a qualquer tempo, a qualquer povo, a qualquer cultura.
Portanto, podemos extrair dos Dez Mandamentos a “Lei de Deus”. Ela deveria, ou melhor, deve ser a base para todas as nossas leis. Tanto nossas, como também a de todas as nações. Pois a lei ou vontade de Deus é “boa, perfeita e agradável” (Rm 12:2) e sem dúvidas, se aplicadas conforme a vontade de Deus proporcionará uma sociedade melhor para todos nós.
Espero que você observe conscientemente essas questões antes de tomar uma decisão. Eu realmente não tenho interesse algum de levantar bandeiras religiosas se pejorativamente entendermos o termo ‘religião’, mas levantar a bandeira da ‘verdadeira religião’, que é a nossa relação com o nosso criador, O Eterno, relação essa que a nós resulta em uma vivencia humana coerente, não a partir do que achamos ser o correto, mas a partir do que Deus quer. E agora eu reafirmo o que disse no inicio deste texto: Eu concordo com a afirmativa de que “Não devemos votar em quem é contra a Lei de Deus”. Portanto, observemos: se alguém dentre esses candidatos e / ou partidos estão contra esta(s) Lei(s), não compactue com ele, vote conscientemente em outro alguém.
Eu desejo que Deus ti direcione, ti abençoe com a bênção que você mais necessita.