A carência afetiva é algo muito presente em muitas pessoas. É natural querer ser aceito em todas as esferas da vida. No entanto, essa busca quase que instintiva pela “aceitação”, motivou a alguns que perceberam este comportamento intrínseco no ser humano, a tirarem proveitos da grande maioria das pessoas… Assim, criaram perfis de indivíduos aos quais impuseram psicologicamente a necessidade de “símbolos” que provocam respostas positivas aos que os possuem. Estes “símbolos” são representados em todos os tipos de “bens” matérias que se possa imaginar. É o que chamamos também de inversão de valores. Ou seja, existem objetos no mundo que receberam mais valor do que a grande maioria das pessoas. Isto pode ser medido, comparando a somatória de todos os salários recebidos por uma pessoa comum, durante toda a sua vida, com o preço de determinados objetos. Muitas delas não teriam condições de pagar por um raro diamante, por exemplo. No entanto, o diamante é apenas uma pedra, sem vida, e por isso, não deveria valer mais do que a vida de alguém, mesmo sob a “desculpa” de ser algo extremamente raro. Um objeto jamais poderia estar acima da vida, em hipótese alguma.
Como é com o diamante (que pode simbolizar a riqueza, que vale muito dinheiro, que simboliza muito poder, que possibilita a aquisição de outros símbolos que também são desejados para suprir o simples fato da necessidade de ser visto e/ou aceito), são muitos outros “objetos”, dos mais simples aos mais complexos, desde o mais raro, até o mais achado… As roupas, os carros, as casas etc. tudo que tem sido adquirido com o pensamento além da necessidade do viver bem.
A questão é que você é mais importante do que qualquer outra coisa. A vida é muito mais importante do que qualquer objeto. Aliás, esta comparação é no mínimo esdrúxula. O fato de você ser você, já é o suficiente. Você não precisa de absolutamente nada para chamar a atenção para si, para poder se sentir bem e aceito por outro alguém.
Entenda que, as coisas devem ser pelas pessoas, e não as pessoas pelas coisas. A roupa deve ser pelo corpo, e não o corpo pela roupa. Não é a grife que você veste que define o seu valor. Não são as logomarcas que te cercam que fazem de você alguém. Tudo isso é resultado da parte mais carente da mente humana, pois, como está dito a princípio, apesar do “querer ser aceito seja algo natural”, não se deve buscar artifícios fora da lógica de que o fato de você ser um ser humano basta! E, quem precisa enxergar algo além disso para aceitar ou valorizar a outrem, não passa de um idiota que está sendo útil para esse sistema desumano e perverso.
Portanto, antes de adquirir algo, perceba se de fato você precisa. E, se precisar, análise se a sua escolha está por ser o mais adequado a você, ou se é o que mais irá chamar a atenção. Se for o que melhor se adequar a você, ótimo!… Nunca se esqueça: o seu valor está em si mesmo, em sua própria vida, em sua própria existência. Isso é o bastante.
Erick Lopes da Silva
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